quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Resumo

Considerações sobre uma estética contemporânea
O texto fala sobre a passagem da modernidade para a pós-modernidade, onde a busca de uma nova concepção estética é uma realidade no mundo contemporâneo. A percepção estética da realidade pós-moderna busca a realidade nas criações visuais não obedecendo a cânones, como acontecia em muitas tendências modernistas.
O ser humano que foi mais racional na modernidade se apresenta como um ser complexo e híbrido no pós-moderno que estamos vivenciando. Continua sendo um ser de símbolos, relacionando o imaginário com o simbólico, sem definições precisas, mas com aproximações.
Quando a TV analógica surgiu na década de 20, as pessoas passaram a discutir se as imagens iam substituir o rádio que até então era o maior veículo de comunicação de massa e isso não aconteceu. Eles passaram a atuar juntos. Da mesma forma que os e-books não eliminaram o livro impresso.
Com o surgimento dessas novas tecnologias de comunicação as pessoas passaram a fazer parte dessa união. A modernidade passou a fazer parte das tendências contemporâneas.
É possível perceber que as imagens do contemporâneo não se preocupam em apresentar pureza estilística ou em apresentar soluções inéditas de vanguarda, pois é resultado da intertextualidade, da citação, da cópia da hibridação e de vários estilos. Ao mesmo tempo cultiva o grotesco, contradizendo conceitos estruturados de beleza.
Na contemporaneidade fica difícil falar em estilo, uma vez que o pós-moderno vivenciado engloba praticamente todos os estilos, num processo de inclusão.
Na modernidade muitos valores foram negados, excluídos e considerados ultrapassados, na pós-modernidade eles foram agregados: um exemplo internacional dessas hibridações são os Shoppings Center, neles se encontram todos os tipos de estilo.
As imagens que nos cercam tendem mais a ambigüidade e a indeterminação. As tendências de beleza deram lugar aos produtos da indústria cultural e midiática, e a ironia está por toda a parte.
Se o homem contemporâneo tudo aceita em nome desta mestiçagem de estilos podemos dizer que o lógico está cada vez mais unido ao sentimento, às crenças, ás percepções, ás emoções de um imaginário cultural que nos rege, recriando antigos rituais.
A idéia seria de formação da sensibilidade no ser humano, como elemento fundamental como centro e chave de um desenvolvimento estético interior harmônico do sujeito consigo mesmo para uma compreensão maior deste mundo contemporâneo que é tecnológico e sensível e no qual o imaginário vem atuando como realidade social, povoando sonhos, fantasias e mitos da contemporaneidade.
Estudar a estética do imaginário, nas manifestações icnográficas pós-modernas há que resgatar conceitos da modernidade, que sendo um estilo possui paradigmas definidos tais como: o progresso, a avant-gard, a busca pelo novo, pelo único e o original. Buscando o racional, em muitas de suas manifestações, como as da op-art, a modernidade tornou-se exclusivista das tendências anteriores das imagens.
A era das tecnologias uniu sensibilidade com ciência, desenvolveu-se rapidamente, mas a sociedade parece ainda desesperada para exercer o domínio sobre esses novos conceitos para investir na vida social, na vida privada e na vida acadêmica ao mesmo tempo.
A pós-modernidade, sem dúvida, vem trazendo maior liberdade, maiores possibilidades de argumentações, se formos educados q questionar para obtermos compreensão maior da complexidade que nos cerca, sem os padrões e regras rígidas que regiam alguns aspectos da arte na modernidade, com qual ainda convivemos. É preciso, portanto, conviver e melhor aceitar estas contradições que os cercam o sujeito pós-moderno é instável, contraditório, flexível, assim como suas representações, e que a nova visualidade das imagens que representam são tão complexas quanto sua própria subjetividade.
O pós-moderno vem perseguindo “o desejo de liberdade” já referido por Bauman (1998), na manifestação de linguagens utilizadas para expressar-se iconograficamente, em que pese sobre si, muitas vezes, a denúncia do anárquico.
Para Plotino, a Beleza não se configurava apenas em simetria, nas proporções harmônicas, que os estóicos defendiam teoricamente. Criticando profundamente essa teoria, Plotino confere à Estética um novo sentido de onde vai descender o mundo corpóreo. É assim que ele considera a beleza do corpo no seu conjunto e nas suas partes. Para ele a beleza vai depender da participação de uma idéia.
Este desejo de liberdade já se manifestara na Renascença, por exemplo, Giuseppe Arcimboldo (1527-1593) que reuniu os mais diversos objetos estranhos, registros de pessoas com anomalias físicas (desde anões até gigantes), animais, frutas, legumes de diversas espécies, provindos de todos os continentes. Arcimboldo teve condições de fazer estudos para suas obras, observando o pormenor de cada elemento, representando-os em seus mais ricos e finos detalhes. Já aparecia, nessas obras, uma visualidade estética voltada para o grotesco, fugindo aos padrões convencionais de beleza.
Acreditamos que será nessa nova forma de pensar que poderemos conceituar uma nova estética relacional da pós-modernidade, o que nos permitirá expressar e viver muitas possibilidades do nosso ser, com o conhecimento e o espírito crítico e reflexivo, assumindo sempre os riscos que a liberdade iconográfica nos vem proporcionar.

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