segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Crítica Estética Aristóteles

Sandália de couro Cantão verão 2011
A tradição representa um elemento vital para a compreensão da filosofia aristotélica. Em certo sentido, Aristóteles via o próprio pensamento como o ponto culminante do processo desencadeado por Tales de Mileto. A filosofia pretendia não apenas rever como também corrigir as falhas e imperfeições das filosofias anteriores. Ao mesmo tempo, trilhou novos caminhos para fundamentar as críticas, revisões e novas proposições.
Aluno de Platão, Aristóteles discorda de uma parte fundamental da filosofia. Platão concebia dois mundos existentes: aquele que é apreendido por nossos sentidos, o mundo concreto -, em constante mutação; e outro mundo - abstrato -, o das ideias, acessível somente pelo intelecto, imutável e independente do tempo e do espaço material. Aristóteles, ao contrário, defende a existência de um único mundo: este em que vivemos. O que está além de nossa experiência sensível não pode ser nada para nós.
Aristóteles abandona inteiramente o idealismo platônico, no que se refere a Beleza. Para ele a beleza de um objeto não depende de sua maior ou menor participação em uma beleza suprema, absoluta, subsistente por si mesma, no mundo supra sensível das essencias puras. Decorre de certa harmonia ou ordenação existente entre as partes desse objeto entre si e em relação ao todo. O belo exigia outras características, como a grandeza, proporção e medida dessa grandeza.




Refências:
http://www.wikipedia.org/
http://www.cantão.com/

Crítica Estética Platão


Sandália de couro Cantão verão 2011
Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens das realidades inteligíveis.
Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das Idéias. Cada objeto concreto que existe participa, junto com todos os outros objetos de sua categoria de uma Idéia perfeita. Esta sandália, por exemplo, terá determinados atributos (cor, formato, tamanho etc). Outra sandália terá outros atributos, sendo ela também uma sandália, tanto quanto a outra. Aquilo que faz com que as duas sejam sandálias é, para Platão, a Idéia de Sandália, perfeita, que esgota todas as possibilidades de ser sandália. A ontologia de Platão diz, então, que algo é na medida em que participa da Idéia desse objeto. No caso da sandália  é irrelevante, mas o foco de Platão são coisas como o ser humano, o bem ou a justiça, por exemplo.








Referências:

Crítica Estética Grécia

O tipo de roupa usada na Grécia antiga era fluído e quase nunca eram as peças do vestuário costuradas. Os tecidos utilizados foram principalmente linho ou lã. Houve alguns típicos vestuários que pertenceram à antiga moda grega. As mulheres também usavam um véu com sua roupa sempre que saiam de casa. De fato, a moda grega antiga era bastante moderna, na sua perspectiva, tanto quanto os homens estavam em causa, na medida em que a nudez masculina não foi realmente um grande negócio na Grécia antiga.
O formato das roupas era idêntico para homens e mulheres tendo-se mantido inalterado durante séculos. A roupagem básica era uma túnica direita, presa ao ombro com alfinetes ou broches – Chiton – e uma capa, presa no cimo a esvoaçar. A roupa interior tal como a exterior caía solta em torno do corpo. As crianças usavam roupas semelhantes às dos pais mas as túnicas eram bastante mais curtas a fim de poderem correr com facilidade. Adultos e crianças andavam descalços em casa e quando saíam usavam sandálias de cabedal com muitas tiras.
Nessa coleção de primavera/verão 2008 os estilistas Erin Fetherston, Jil Sander e Vera Wang se inspiraram na indumentária grega. Com roupas fruídas, com drapeados elaborados e marcantes, com cordões amarrados na cintura.




Imagem:


Crítica Estética Renascimento

Vestido típico do início do séc. XVII
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica.
O ideal do humanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento.
Na indumentária as mulheres da nobreza passaram a usar altos chapéus, vestidos floridos e decorados. Passaram a ser firmemente atados no busto.
De acordo com os valores estéticos da antiguidade clássica greco-romana essa imagem é harmônica e proporcional. E ainda possui outra característica, a Grandeza.
A roupa desta imagem é preta, bastante decorada, com bordados dourados, formas geométricas, faixas horizontais paralelas.
Essa imagem nos mostra com detalhes a grandeza de adornos que as roupas possuíam naquela época.






Imagem:
Tiosam.net

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Teoria Plotínica da Beleza (resumo)

Plotino e Aristóteles
Pode-se dizer que o fundamento da visão de Plotino sobre a Beleza é Platônico. De fato, o “logos VI” da Enéada I contém sugestões originais e valiosíssimas, sugestões que parecem anunciar boa parte do pensamento estético moderno.
É verdade que Plotino parte de uma crítica a Aristóteles. Plotino parte para seu pensamento estético investindo violentamente contra essa idéia aristotélica de definir a Beleza objetivamente e realisticamente como resultante da harmonia das partes de um todo.
Para Plotino, a Beleza não podia consistir na harmonia das partes do objeto estético, como pensava Aristóteles, porque, a ser assim, as coisas simples, como uma cor pura, por exemplo, não poderiam ser consideradas belas.

Beleza do simples
Para o homem não existe e nem existirá jamais nada que seja esteticamente apreciável como “simples”.
Plotino diz que ao ouvirmos uma música, não é somente o todo da sonata ou da sinfonia que nos agrada, é cada som isolado, isto é, cada parte do objeto estético musical inteiro é belo.
“Cada um dos sons de um todo musical belo é, por si mesmo, belo também”.

Influência Platônica em Plotino
“Uma coisa material bela surge por participação numa idéia saída do divino”, ou, como traduzem outros, “o corpo belo surge pela comunicação com um logos vindo dos deuses”. (Ob.cit,p.170)
A influência de Platão é evidente a cada passo da pequena obra-prima de Plotino.

Artes visuais, Auditivas e de Ação
As artes são classificadas em visuais, como a Pintura, e as auditivas, como a música. As artes como a poesia ou o Romance que sendo mais intelectuais e de ação, não se enquadram bem em nenhum dos dois tipos.
Plotino percebeu que os dois sentidos estéticos por excelência eram visão e audição.
Entretanto, estava atento para o fato que acabamos de sublinhar a respeito de artes como o Romance, o teatro e a Epopéia, mais ligadas ao comportamento e às ações humanas.
“Mas para os que se elevam progressivamente desde a sensação para o supremo, há empresas belas, ações e comportamentos belos”. (Op.ep.cits.)




Plotino e Kant
Para Kant, além da inteligência e da vontade, existe uma terceira faculdade, apta a julgar a beleza. É o juízo de gosto, que Kant afirma ser governado pela sensação de prazer e desprazer, dominado pela imaginação livre, aliada, talvez ao entendimento.
Para Plotino, como também para Kant, teria pressentido que o campo estético não poderia se esgotar somente com o Belo clássico? Será que estava predisposto a aceitar o Mal e o Feio como legítimos, no campo estético? Parece que não. Mas talvez Plotino visse o Mal e o Feio como legítimos apenas no mundo e na vida, mas não na Arte.
A identificação entre Bem e Beleza é platônica, sem dúvida. Mas porque Plotino diz que é preciso estudar a Beleza e o Bem, o Feio e o Mal? É claro que ele dá primazia hierárquica à Beleza e ao Bem, mas não deixou de afirmar, pelo menos, a necessidade de estudar o Feio e o Mal.

Plotino, Hegel e Maritain
O pensamento de Plotino volta-se, assim, para as fontes platônicas e traz algumas valiosas contribuições para o estudo da Beleza e da Arte. Para Aristóteles, o prazer que experimentamos diante de um quadro ou de uma tragédia, vem da alegria de reconhecer aquilo que foi imitado pelo artista. Porque se o prazer estético viesse da alegria de reconhecer o imitado, nós não poderíamos achar belo um retrato pintado por Holbin ou Lucas Cranash, uma vez que nunca conhecemos os modelos que os dois retrataram.
Para Plotino, a alegria que a alma sente diante de uma obra bela origina-se do fato de que, diante dela, nós sentimos que estamos diante da chispa de outra alma humana, o artista colocou em sua obra uma fagulha, um brilho de sua alma, e a nossa, ao captá-la, se alegra, porque aquele encontro é, de fato, um reencontro.
O pensamento estético de Plotino influenciou todo o pensamento primitivo medieval e os escolásticos, Santo Agostinho e Santo Tomás trazem, indiscutivelmente, sua marca.

Plotino e Bergson
É curioso observar o parentesco estreito que existe entre um pensador antigo, como Plotino, e outro, contemporâneo nosso, como Henri Bergson. É sabido que foi Bergson quem revalorizou, modernamente, o “conhecimento místico”, reconhecendo que os místicos cristãos, como Santa Teresa ou São João da Cruz, colocavam-se diretamente em contato com aquilo que a intuição buscava. Os místicos cristãos, partindo da idéia de que o coração humano era o templo do Espírito Santo, viam a caminhada para o divino como uma entrada ascética e exaltante para o interior e o centro da alma humana. Para Bérgson, tudo isso se confundia com a duração e o impulso vital subterrâneo, do qual a existência recebia existência e sentido.
Pois o pensamento de Plotino parece se antecipar não só a Santa Teresa e São João da Cruz como ao próprio Bergson.

As duas definições da Beleza
Para Plotino a “Beleza não é uma harmonia, é uma luz que dança sobre a harmonia, é uma luz que dança sobre a harmonia”. É a velha idéia platônica do esplendor, do brilho da Beleza. Aqui, porém, é que Plotino acrescenta algo muito importante a todos os pensadores que, antes dele, tinham se detido sobre o problema da Beleza e da Arte. Qual seria a natureza dessa luz? Plotino define a Beleza como que uma primeira síntese entre a luz platônica e a harmonia aristotélica.
Plotino empreende uma aproximação maior e mais profunda em direção a própria essência da Beleza. A luz que dança sobre a harmonia seria antes de tudo, resultante de uma certa intensificação do ser, se assim se pode falar.
O texto mais importante de Plotino no campo da Estética é aquele no qual ele liga a Beleza à luz da forma.
“Domínio da forma sobre o obscuro da matéria”. (Op.cit.,p.171.)