terça-feira, 28 de setembro de 2010

Teoria Aristotélica da Beleza

A Beleza como harmonia e proporção
Aristóteles abandona inteiramente o idealismo platônico, no que se refere à Beleza. Para ele a Beleza de um objeto não depende de sua maior ou menor participação em uma Beleza suprema, absoluta, subsistente por si mesma, no mundo supra-sensível das Essências Puras. Decorre de certa harmonia ou ordenação, que existe entre as partes desse objeto entre si em relação ao todo. O Belo exigia outras características, como a grandeza, ou imponência, e, ao mesmo tempo proporção e medida dessa grandeza. Aristóteles afirma, na Retórica, que uma mulher bonita e bem proporcionada, mas pequena, pertence ao campo do Gracioso, mas não ao do Belo, que exige entre outras a grandeza.
O tratado escrito por Aristóteles sobre a Beleza se perdeu, então nos textos da Poética temos uma idéia do seu pensamento sobre esse assunto.
Existe uma certa indecisão entre o uso das palavras Belo e Beleza. Se os gregos identificavam a Beleza com o Belo clássico, Aristóteles parece ter pressentido que a Beleza incluía várias outras categorias além do Belo.
As características essenciais da Beleza seriam a ordem, ou harmonia, assim como a grandeza. Sendo influenciado sobre o conceito grego de Beleza, Aristóteles se preocupava com a medida e a proporção.
O Belo nem é muito pequeno e nem muito grande.

O conflito entre a harmonia e a desordem
A harmonia é sem dúvida fundamental no pensamento aristotélico, mas esqueceram de outra parte, aquela da desordem, que está patente na Poética. Aristóteles admitia a desordem e a feiúra como elementos aptos a estimular a criação da Beleza, através da arte.
A grande contribuição de Aristóteles para a Estética foi primeiro, a de retirar a Beleza da esfera ideal em que Platão a colocou, tentando encontar sua essência em uma forma mais realista. Isso faz da Beleza uma propriedade particular do objeto, e não recebida como que por um empréstimo de uma luz superior, como queria Platão.
Os pensadores antigos excluíam o Feio de suas cogitações sobre a Beleza e a Arte, considerando-o estranho ao campo estético.
O Feio, encarado como uma desarmonia, para Aristóteles é expressamente incluído no campo estético.

Aspecto subjetivo da Beleza
Aristóteles encara, na Retórica, que não é mais no objeto que ele estuda a Beleza, mas sim nas repercussões que ela desencadeia no espírito do contemplador. A Beleza é o objeto que agrada ao sujeito pelo simples fato de ser apreendido e fruído.
O fundamento da filosofia de Aristóteles é realista.
Na Retórica, Aristóteles examina a fruição da obra de arte e as características da Beleza do ponto de vista do sujeito, estuda o que acontece no espírito do contemplador ao se colocar diante da Beleza, chegando à conclusão de que o prazer estético decorre da simples apreensão, gratuita e sem esforço, do objeto, pelo espírito do sujeito.
Aristóteles foi tentar uma definição objetiva dela do ponto de vista realista e sem recorrer à outra coisa para explicá-la que não o próprio objeto. 
“O realismo não é uma simples voz da imitação, mas a revelação da verdadeira da verdadeira essência das coisas.”
Aristóteles plantou os pés na terra, e olhou para as coisas. Foi mal entendido pela maioria, que viu no seu pensamento alguma coisa que ele nunca afirmou, que a arte devia imitar estreitamente a vida, sendo o realismo um “verismo” dogmático e mesquinho.

Pontos fundamentais do pensamento aristotélico
Para Aristóteles, a Beleza é uma propriedade do objeto e consiste, principalmente quando aparece como Belo, na harmonia das partes de um todo que possuía grandeza e medida. As três características principais da Beleza são harmonia, grandeza e proporção. Aristóteles considera a Comédia como uma arte do feio, mas não se furta a incluí-la no campo estético. O realismo é a revelação da própria essência das coisas. A realidade contém verdades tão altas e nobres quanto as que o idealismo pressente. O mundo é regido por uma harmonia que se reencontra na arte e no conhecimento. O pensador procura encontrar na realidade os rastros dessa harmonia, os quais evidenciam, através de relações, as leis do mundo. O artista procura recriá-las num universo em que a realidade se reconheça transfigurada.

2 comentários:

  1. Este texto é ctrl v do livro de Estética do Ariano Suassuna. Cite sua fonte!

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  2. Este texto é ctrl v do livro de Estética do Ariano Suassuna. Cite sua fonte!

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