sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Resumo 2

Ariano Suassuna - Cap III - Teoria Platônica da Beleza




Não se sabe se a beleza pode ou nao ser abordada filosoficamente. Os irracionalistas negam, em nome da liberdade, principalmente no campo da arte, onde imperam dons individuais sempre desuguais e imprevisíveis. Nesse texto, ele tenta, pelo menos pressentir a essencia da beleza.

Na obra de Platão vamos encontrar as primeiras indicações a respeito da Beleza. Para Platão, a Beleza do tipo de comunicação que ele possui com a Beleza Absoluta, que subsiste no mundo supra sensível das idéias.

A teoria platônica da Beleza e da Arte depende, assim, de sua visão geral do mundo. Platão via o universo como dividido em dois mundos, o mundo em ruina e o mundo em forma. Este mundo que vivemos é o campo da ruína, da morte, da feiura e da decadência. Cada pessoa nesse mundo em ruina, tem no outro mundo em forma um modelo.



A Reminiscência

Para Platão a alma é incencivelmente atraída para a Beleza, pois sua pátria natural é o mundo das essências, e exilada neste nosso mundo, ela sente sempre saudade do outro.

A alma humana sofre uma decadência ao se unir ao corpo material. Precisamente por ser eterna, já contemplou o mundo das Essências puras, a Beleza Absoluta, de natureza divina, por isso sente invensível saudade dela, vivendo aqui em desterro permanente. A alma sabe tudo e se nós nao a acompanharmos nesse conhecimento é porque a nossa parte material e grosseira faz com que nós nos esqueçamos da maior parte daquilo que a alma sabe, por ter contemplado, já, a Verdade, a Beleza e o Bem absolutos. Quem se dedica à Beleza nao a recria na arte, quem se dedica a verdade, nao a descobre, pelo conhecimento, tanto num caso como no outro, o que acontece é que a alma recorda-se das formas e verdades contempladas no mundo das essências, antes que a alma se unisse ao corpo.



O Banquete e o Fedro

Platão aconselha a seus discípulos o caminho místico, como o único apto a elevar os homens das coisa sensíveis e grosseiras até o mundo das Idéias. Para Platão, o caminho da alma eleva o amor. Somente os indivíduos inferiores ficam satisfeitos com a forma mais grosseira de amor, a do amor físico. Um homem superior, em breve descobre que a beleza existente naquele belo corpe é irmã da beleza de outro corpo belo, o que o leva a conclusão de que a beleza de todos os corpos é uma só. Vem daí, como consequencia, a destruição da forma egoísta e grosseira de amor que o prende a um só corpo. O amador passará a amar nao só os corpos, mas a beleza existente neles, contemplada desinteressadamente.



O Caminho Místico

O estágio de aperfeiçoamento considera a beleza da alma como superior à beleza do corpo. O amador descobre que a beleza corpórea é sujeita a ruina e a decadência, enquanto a beleza moral resiste ao passar do tempo.



Beleza Absoluta

O amante torna-se um prisioneiro voluntário do "imenso oceano de beleza". Estará atingindo o estagio final que é possivel ainda aqui na terra. Verá que a Beleza Absoluta é eterna.

Existe uma identificação final entre a Verdade, a Beleza e o Bem, que são faces diferentes do mesmo Ser divino. Platão identifica ambas com o Bem da virtude.



A Reminiscência e o "Mênon"

Para Platão, a Beleza causava, antes de mais nada enlevo, prazer, arrebatamento, deleitação. Isto leva Maritain a afirmar que "a sabedoria é amada por sua beleza, enquanto que a beleza é amada por si mesma", por sua própria essencia e enquanto beleza, move o desejo de produzir o amor, enquanto que a verdade, como tal, faz somente iluminar.

A comtemplação da Beleza era, em essencia, uma recordação. A alma lembra das realidades que contemplou, numa outra vida.

Para concluir, as coisas corpóreas sao meras imitações desses modelos ideais, sombras pálidas e grosseiras em comparação com a pureza e luminosidade das essências, e isso tanto é verdade das coisas da Natureza quanto até das idéias abstratas criadas pelo homem.

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